Depois de passar a vida na Europa após a morte precoce de sua mãe, Catarina retorna pela primeira vez à sua cidade natal. Uma pequena vila madeireira onde anualmente a seca do rio impede o transporte da madeira, e segundo uma tradição, no dia do Cortejo dos Mortos, Santa Bárbara leva uma alma afogada no rio em troca de chuva. Isso faz os moradores se confinarem em suas casas durante a semana que antecede o dia da santa, em uma espécie de quarentena, com medo de serem a alma levada pelo rio.

Portanto, apesar de chegar de avião e com o celular em punho, o pequeno vilarejo parece viver um passado distópico. E é nessa cidade fantasma, isolada de tudo, que Catarina chega para descobrir sobre a morte de sua mãe e a história de sua família, onde um conflito agrário entre seus descendentes que chegaram da Europa e os brasileiros que viviam ali desde antes, reacende com força frente ao seu retorno.

No entanto, Catarina descobre que está envolvida nessa profecia mórbida mais do que podia imaginar. Pois segundo Vitalina, uma matriarca antiga da região, Catarina carrega uma suposta conexão ancestral com a linhagem de Santa Bárbara, que na mitologia cristã foi decapitada pelo próprio pai. E agora, Catarina teria então que cumprir a vingança sacra da santa, matando o seu próprio pai afogado no rio, única forma de acabar com a profecia e com as mortes do cortejo.

Assim, quando achava que havia entendido a história, essa trama fantástica se coloca na sua frente como um rio profundo, onde Catarina mergulha para encontrar a saída.

Para construir esse universo distópico da Vila de Santa Bárbara, dialogamos de perto com a premissa fantástica e violenta do primeiro filme da diretora peruana Claudia Vargas Llosa, Madeinusa, na forma como constrói esse lugar, essa trama e essas pessoas, a partir de uma de uma tradição fictícia, criada em um diálogo inventivo com a mitologia cristã. Contudo, este projeto pretende pesar um pouco mais a mão no horror, buscando imprimir a presença da morte na figura do rio, através de um clima e de um tempo ainda mais perturbadores. Assim, como referências para essa construção cinematográfica, trazemos outros dois filmes autorais, mas bastante conhecidos, A Vila de Mr Night, e o aclamado A Bruxa de Robert Eggers, na forma como questionam o real, e constroem um clima de violência, sem necessariamente precisar mostrá-la, que transborda e contamina a trama de muita tensão, fazendo o filme chegar aos bordes do horror.   

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